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8 respostas sobre o Kindle

Matéria publicada na Revista Veja do dia 18 de novembro de 2009, nas páginas 178 e 179.

 

8 respostas sobre o Kindle

 

Lançado pela Amazon em 2007, o Kindle é o mais bem-sucedido leitor de livros digitais à venda, entre cerca de dez opções existentes. Desde outubro, ele pode ser comprado no Brasil – e aqui, como nos Estados Unidos, baixa títulos por meio de uma rede sem fio. Eis as respostas para as dúvidas mais comuns sobre o aparelho.

 

  • É confortável ler no Kindle?

 

Sim. Embora a tela seja pequena (12 por 9 centímetros), é possível aumentar e diminuir o tamanho das letras. Ao contrário do que ocorre com um monitor de computador, o aparelho não emite luz – o que cansa menos os olhos. O contraste é bom: uma página do Kindle tem “impressão” semelhante à de um jornal. Virar uma página leva um segundo.

 

  • Quantos livros estão disponíveis para download no Brasil?

 

São 300 mil contra 360 mil nos Estados Unidos. A diferença se deve ao fato de que nem todos os títulos eletrônicos foram liberados para outros mercados que não o americano. A oferta de títulos em português ainda é ínfima: são menos de vinte.

 

  • O Kindle baixa livros onde não há rede 3G?

 

Sim. Mas, nesse caso, o processo é bem mais demorado. Sob a rede 3G, o download não ultrapassa um minuto. Sem ela, esse lapso pode triplicar.

 

  • Como saber se existe rede 3G em uma cidade?

 

Na página do Kindle, no site da Amazon, há um link para consumidores que moram fora dos Estados Unidos. Essa área dá acesso a um mapa com a cobertura de rede 3G no mundo.

 

  • O Kindle navega na internet no Brasil?

 

Não. Nos Estados Unidos, o aparelho tem um navegador para web, mas suas utilização é experimental. É adequado para acessar sites de textos, como a Wikipédia.

 

  • Qual o preço do Kindle?

 

O Kindle custa 547 dólares no Brasil. São 259 dólares pelo aparelho e 267 dólares de taxas de importação. Os 21 dólares restantes cobrem o frete.

O transporte é feito por um serviço expresso, que se encarrega de desembaraçar o produto na alfândega brasileira. Depois da compra, a entrega é feita em seis dias, em média.

 

  • Qual o preço médio dos e-books?

 

O preço de um best-seller no site da Amazon é 9,99 dólares. O download no Brasil sai 40% mais caro: 13,99 dólares. O valor é maior para cobrir o custo da rede 3G na operação internacional.

 

  • Quantos livros o e-reader comporta?

 

No máximo 1500. A partir desse limite, títulos novos só podem ser baixados se outros forem excluídos da memória do aparelho. Mas eles podem ficar guardados nos servidores da Amazon.

 

O hábito faz o leitor

 

A americana Maryanne Wolf é uma das maiores especialistas na área da neurociência que estuda os efeitos da leitura no cérebro, tema sobre o qual já escreveu mais de uma dezena de livros. Hoje, ela se dedica a entender, cientificamente, como as pessoas assimilam conhecimento por meio de novas tecnologias, como o e-book. De Boston, onde comanda um centro de pesquisas na Universidade Tufts, Maryanne falou à repórter Renata Betti.

 

  • Suas pesquisas indicam que ler um livro digital na é o mesmo que no papel. Por quê?

 

A observação sistemática mostra que, com o e-book, as pessoas tendem a acelerar o ritmo de leitura e a absorver menos conteúdo. Isso porque a tele remete à idéia de que é preciso vencer etapas a cada instante, antes que a bateria termine ou que se perca a conexão. Ainda faltam, no entanto, evidências baseadas na neurociência, como as que já existem sobre a internet.

 

  • O que já se sabe sobre a leitura na rede?

 

Ela é mais superficial, segundo revelam as imagens dos neurônios quando alguém está diante do computador. As fotos mostram, com nitidez, que o circuito formado entre as áreas do cérebro envolvidas na leitura não chega, nesse caso, àquela região em que ela seria processada de maneira mais analítica.

 

  • Por que isso acontece?

 

A internet provê um excesso de estímulos que acabam atrapalhando. Enquanto você lê Shakespeare, não param de aparecer na tela pop-ups e e-mails. É naturalmente difícil manter a concentração e fazer uma leitura de padrão mais elevado, que abra espaço para um alto grau de processamento de idéias. A habilidade para ler deve ser treinada.

 

  • Como, exatamente?

 

Simples: lendo todo dia. Não existe no cérebro nada como uma estrutura previamente concebida para a leitura – é preciso construí-la e aprimorá-la. Funciona como no esporte: quanto mais se pratica, melhor é o resultado.

 

  • Como a neurociência explica a formação de tal estrutura no cérebro?

 

A repetição da leitura faz o cérebro desenvolver um circuito que passa a conectar, em questão de milésimos de segundo, três áreas distintas: a da visão, a da linguagem e uma que se encarrega de dar significado às palavras. Esse mesmo roteiro pode levar até 100 vezes mais tempo, caso a pessoa não tenha o hábito de ler. Seu cérebro fica tomado com a tarefa básica de decodificar o texto – e não consegue ir muito além disso.

 

  • Como alcançar um avançado estágio de leitura por meio das novas tecnologias?

 

É preciso enfatizar à atual geração multitarefas que leitura demanda altíssima atenção e não é conciliável com nenhuma outra atividade. Feita a ponderação, novas tecnologias, como o e-book, são mais do que bem-vindas. Elas têm ajudado, afinal, a despertar o interesse pelos livros num momento em que isso nunca foi tão difícil.




Melissa Rocha

Jornalista apaixonada por cachorros e literatura, principalmente o gênero infanto-juvenil. Torcedora (e sofredora) do Palmeiras e Bahia. Fã de Drew Barrymore, Dakota Fanning, Anthony Kiedis e Red Hot Chili Peppers, All Star e Havaianas.

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