Entre todos os livros que compõem a série Artemis Fowl, “O Paradoxo do tempo” é, para mim, o mais empolgante. Era, talvez o livro mais esperado da série, haja vista quantos anos, nós, leitores, aguardamos ansiosamente pelo sexto (e anunciado) último livro da série. Creio que esperei demais dele e não me decepcionei. Na minha opinião, os livros foram se superando a cada novo lançamento e a cada nova história criada por Eoin Colfer. O livro não é bom, é simplesmente ótimo! Colfer, para mim, é um gênio e um fenômeno da literatura infanto-juvenil. Mas, inacreditavelmente, essa série não é tanto conhecida pelo Brasil. Emprestei os quatro primeiros volumes para um primo adolescente recentemente e ele ficou simplesmente alucinado, sem conseguir parar de ler e, ao mesmo tempo, surpreso por nunca ter sequer ouvido falar na série. Não entendo porque esse tipo de coisa acontece no Brasil. Livros que nem sempre são tão bons estão na boca do povo, em matérias de revistas e jornais, enquanto outros que encantam a crianças e adultos, simplesmente não recebem um mínimo de atenção e sequer uma matéria com crítica, seja positiva ou negativa. Recomendo e sei que muitos que leram gostaram. E os que não conhecem a série, não percam tempo.
Não é a toa que a coleção é um sucesso mundial, publicada em 42 países e presença frequente e constante na lista dos mais vendidos de grande jornais e revistas em várias partes do mundo.
O menino prodígio do crime, não é mais um menino, passaram-se três anos após a última aventura de Artemis no “A Colônia Perdida” e ele vive uma vida pacífica, tendo o pai de volta ao lar, a mãe restabelecida mentalmente pela presença do marido e a grande novidade: é o irmãos mais velho de dois garotinhos (gêmeos). Ele passa os dias ensinando os irmãozinhos como se comportar de forma adequada e educada. Isso é bem estranho para os leitores que estão acostumados com o seu jeito inescrupuloso de tirar vantagem de tudo e sempre elaborando planos mirabolantes.
Mas então o inesperado modifica novamente a rotina “perfeita” do garoto. Sua mãe fica doente, misteriosamente doente. Os médicos, a princípio não conseguem identificar o seu problema de saúde, mas a doença é fatal. O que deixa o garoto transtornado e ele vê sua vida de pernas para o ar. Mas persistente, ele não se dá por vencido e não medirá esforços para salvar sua mãe e, por consequência, sua família.
Como médico algum consegue identificar o problema da sua mãe, nem receitar remédios para que ela melhore, Arty vai apelar para seus amigos do Povo das Fadas, para ver se eles conseguem descobrir o que está havendo. Com isso, ele descobre que a doença da sua mãe realmente é séria e grave, mais até do que ele imaginava. Ela contraiu uma doença que no passado se toranara uma epidemia que destruiu metade da população das fadas, porque ela não permitia ser curada através de magia. A única esperança de cura e restabelecimento da sua mãe é o fluído cerebral de uma espécie de lêmure (sifaka sedoso). Tudo estaria tranquilo até então. Mas o grande problema surge: esses lêmures estão extintos, graças ao próprio Artemis, que quando mais novo, através de acordo inescrupuloso, provocou a extinção dos animais.
Artemis fica chocado e pede aos seus velhos amigos que o ajudem a voltar no tempo para salvar os lêmures. Ele então viaja no tempo para resgatar o animal e levá-lo em segurança para o presente para tentar salvar a mãe. Mas ele não se deu conta de que terá que enfrentar um perigoso e difícil adversário: ele mesmo aos doze anos.
Para quem está acostumado com o jeito peculiar de Colfer: ação e aventura, “O Paradoxo do Tempo” tem tudo isso e um pouco mais: romance. Sim! Isso mesmo! Afinal Arty não é mais um menino, ele cresceu e a relação entre ele e Holly se torna mais que amizade. Um amor impossível entre espécies… Mas se tratando de Artemis… nada é impossível. Para os leitores que acompanham as aventuras de Arty e que cresceram junto com ele, é um livro que além de muita diversão garantida, tem um plus: emociona.
O sucesso de Artemis Fowl é tanto que uma edição em forma de HQ foi lançada no ano passado como adaptação do primeiro livro e é simplesmente muito legal, muito bem feita e, para os fãs da série, é mais diversão. Dizem por ai que haverá adaptação dos livros para o cinema, mas acho pouco provável. Nunca vi nada em jornais, em revistas nem na net que confirme o boato, infelizmente. Torço para que um dia produzam, mas acho que não passa boato mesmo…