Como estudante de jornalismo, apoio a liberdade de imprensa e com a propagação de blogs na internet, todos podem falar o que quer e acho isso um peso e duas medidas. Mas não concordo com muito do que foi dito nesta matéria.
Eu não vi ainda o filme, mas duvido muito que Kristen Stewart esteja tão mal assim no filme. Ela não é uma garota tão conhecida e com tanta bagagem como Dakota Fanning, por exemplo. Mas dizer que a garota é inexpressiva, pra mim, é demais.
A coisa mais natural do mundo é um livro, ou uma coleção deles, fazer o maior sucesso e quando ganha uma adaptação para o cinema não ser tão bom, mas fazer sucesso na sétima arte por causa dos fãs dos livros… pra mim já é demais. “A Bússola de Ouro”, primeiro livro da coleção Fronteiras do Universo de Philip Pullman é uma obra fantástica. A coleção foi publicada no início dos anos 90 e só em 2007 ganhou uma adaptação para o cinema do primeiro livro, e quado vi me decepcionei. Mas me decepcionei por uma série de fatores, não por atuação de um ou outro ator, até porque o elenco do filme é muito bom.
Todo mundo que viu “Lua Nova” me disse que o filme é muito melhor que “Crepúsculo” em termos de técnica, efeitos visuais, efeitos especiais, maquiagem dos atores etc. Será mesmo que é tão ruim quanto essa jornalista descreve? Não sei não… Vou assistir e conferir…
Como diz Noblat: “Médico acha que é Deus e jornalista tem certeza”. Como aluna da faculdade de comunicação da Universidade Federal da Bahia, digo que ele está certíssimo, pois na faculdade em que estudo há muitos pseudointelectuais que se acham o suprassumo da sabedoria. Prefiro os humildes e que escrevem o que realmente pensam, não somente utilizar o seu papel de formador de opinião para criticar e esculhambar alguma coisa… Quando se é crítico de cinema, de literatura ou crítico cultural como um todo, deve-se ter cuidado com o que se diz e realmente com o que se vai criticar. Principalmente quando se é algo voltado para o público infanto-juvenil. Nem sempre eles encaram e entendem as argumentações como os adultos…
Pronto! Falei! Posso até ser criticada por isso. Mas aqui é um espaço democrático. Não recebo sempre elogios. E as críticas construitivas são sempre muito bem vidas.
Matéria publicada no Caderno 2 do jornal A Tarde, na página 3, no dia 21 de novembro de 2009.
Lua Nova desperta a esperada euforia nos fãs, mas decepciona
Maria Santossa
Gritinhos histéricos, suspiros e sessão lotada marcaram a estreia de “Lua Nova”, segundo filme da saga “Crepúsculo”, em Salvador, na madrugada de ontem. Os fanáticos teens (sobretudo garotas), aparentemente alheios ao quanto o filme deixa a desejar, se derreteram toda vez que Edward (Robert Pattison) surgiu, tirou a camisa ou se declarou a Bella (Kristen Stewart).
Escrita pela dona de casa norte-americana Stephenie Meyer, a serie de quatro livros sobre o amor de uma humana por um vampiro – ambos adolescentes (quer dizer, ele tem 17 há 109 anos) – virou best-seller, com mais de 80 milhões de livros vendidos desde 2005. Nesta segunda parte da história, um incidente na casa dos Cullens leva Edward a terminar o relacionamento e a abandonar Bella, que encontra forças na amizade (ou seria no amor?) de Jacob.
Ao lado de Taylor Lautner (Jacob), a atriz Kristen Stewart (Bella) fica ainda mais inexpressiva
Surpresa
O personagem de Taylor Lautner, inclusive, ganhou – literalmente – corpo na trama. Criticado pela falta de carisma após o primeiro filme (“Crepúsculo”, 2008), ele é a surpresa do elenco principal. Perto dele, Stewart ficou ainda mais inexpressiva. As sobrancelhas semicerradas, os olhos fixos no chão e a boca entreaberta acompanharam a garota em diversas cenas. Como a trama está mais arrastada, os atores receberam um foco dramático. Azar deste foco pousar justamente em atuações medíocres e sorte do enredo, que, de tão envolvente, não desanda.
Orçado em US$ 50 milhões, “Lua Nova” deve ser sucesso de bilheteria mais por causa dos inúmeros fãs da série do que pela qualidade técnica. Nem mesmo a substituição da diretora Catherine Hardwicke por Chris Weitz (de “A Bússola de Ouro”) injetou apuro e sofisticação.
A maquiagem amadora e os efeitos nada especiais melhoraram, mas não tanto. O brilho da pela vampiresca ao sol está mais verossímil e a fotografia foi mais bem cuidada; a transformação de garotos em lobos gigantes, no entanto, é risível.
Há quem diga que o interesse no pretenso romance (na vida real) de Kristen e Pattison e o polêmico posicionamento do Vaticano, que considerou o longa “um desvio moral”, possa atrair o público a ponto de o filme bater os mais de US$ 383 milhões arrecadados no longa anterior. Os mais críticos e espertos, no entanto, devem se preparar e esperar menos de “Eclipse”, o terceiro longa da série, previsto para junho do ano que vem.