Archive for the 'Maurice Druon' Category

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Maurice Druon

maurice_druon

O escritor Maurice Druon nasceu em 23 de abril de 1918 em Paris e morreu em 14 de abril de 2009 também em Paris, na França. De origem russa, tinha entre seus antepassados, um bisavô brasileiro, Odorico Mendes (1799-1864), escritor e jornalista que ficou conhecido por traduzir Homero e Virgilio.

Passou a infância na Normandia e cursou os segundo grau no Liceu Michelet. Estudante de Ciências Política, iniciou-se no mundo da escrita aos 18 anos, quando publicou suas idéias em revistas e jornais literários.

Conheceu de perto os horrores da guerra, pois combateu no interior da França durante a Segunda Guerra Mundial (1941). Após ingressar nas forças da Resistência, deixou a França em 1942 e clandestinamente, atravessou a Espanha e Portugal para ingressar nas fileiras dos serviços de informações da chamada “França Livre”, em Londres, trabalhando com De Gaulle.

Após se distanciar do universo militar, entrega-se ao mundo da literatura e a partir de 1946 consagra-se como escritor e em 1948 recebe o primeiro prêmio de reconhecimento, o Prêmio Goncourt, pelas novelas “As Grandes Famílias”, além de ter recebido outros prêmios por esse conjunto de obras.

Entre os anos de 1950 e 1960, ele criou a série “Os Reis Malditos”, que foi traduzida para vários idiomas. Ficou mundialmente conhecido pelo seu único livro infanto-juvenil, “O Menino do Dedo Verde” (cujo título original é “Tistou les pouces verts”) publicado em 1957. No Brasil foi traduzido por Dom Marcos Barbosa.

Em 8 de dezembro de 1966 foi eleito para a cadeira 30 na Academia Francesa de Letras. Tornou-se Secretário Perpétuo da instituição a partir de 1985 e renunciou 14 anos depois, em 1999.

Concomitantemente exerceu funções na política, sendo nomeado em 1973 Ministro da Cultura francês. Pouco tempo depois de assumir o cargo, declarou não ter intenções de entregar verbas do governo a “subversivos, pornógrafos ou intelectuais terroristas”. Sendo considerado pelos artistas, escritores e políticos como um ditador intelectual. Ocupou outro ministério entre 1973 e 1974 como Ministro dos Negócios Culturais. Ainda na política foi deputado por Paris entre 1978 a 1981.

Em abril deste ano morreu Maurice Druon, uma personalidade extremamente importante para a história da França e da literatura mundial.

As suas principais obras são:

A série “Os Reis Malditos”

“As Grandes Famílias”

“O Menino do Dedo do Verde”

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O Menino do Dedo Verde

o menino do dedo verde

Em 1957, o escritor francês Maurice Druon lançou o único livro infanto-juvenil que escreveu na vida, “Tristou Lês Puces Verts”. No Brasil, ele ganhou o título de “O Menino do Dedo Verde”.

O livro narra a história de Tistu, um menino filho único de uma família abastada que mora em uma grande casa, a Casa-que-brilha, com o Sr. Papai, Dona Mamãe e seu querido pônei Ginástico, em uma cidade chamada Mirapólvora. Tistu é o que podemos chamar de um menino muito sortudo, já que vem de uma família com posses e nunca sofreu qualquer tipo de necessidade na vida. Apesar disso, era uma decepção quando o assunto era estudar, inclusive conseguia dormir durante as aulas. Sr. Papai, decepcionado, toma uma decisão que vai mudar para sempre a sua vida, a dos seus entes queridos e de toda a cidade.

Decidido que Tistu aprenda as coisas da vida vendo-as de perto e vivenciando-as na pele, determina que a criança começaria a ter aulas com o jardineiro da casa, Bigode e com o gerente da sua fábrica de canhões, o Sr. Trovões.

A atenção que Tistu não dava às aulas tradicionais foram dedicadas com afinco com o senhor Bigode. Já na primeira aula, o jardineiro descobre que a criança tem um dom fantástico, especial e diferente. Tistu descobre que possui o dedo verde, o que significa que onde ele tocar com o seu dedo mágico, flores nascerão. A medida que o tempo vai passando e as aulas acontecendo, senhor Bigode se transforma em um grande amigo e conselheiro de Tistu, recomendando a ele em primeiro lugar que mantenha o seu dom em segredo, pois as pessoas adultas muitas vezes não entendem completamente a profundidade de um dom como aquele.

Com o jardineiro, Tistu aprendeu sobre o lado bonito e feliz da vida, a cuidar de um jardim e como fazer para que as flores mantenham-se sempre lindas e perfumadas, mas com o segundo professor, o Sr. Trovões, Tistu conhece o lado triste, sofrido e angustiante do mundo, como a miséria, a favela, a prisão e o hospital.

Diante dos ambientes e dos conhecimentos que estava recebendo, a criança decide alegrar um pouco a vida das pessoas que lá habitam, mas sem revelar o que estava fazendo. Tistu toca na parede do presídio e lindas flores brotaram cobrindo todo o lugar. Foram tantas as flores que as portas da prisão não fechavam, mas isso ao invés de se tornar um problema, foi a solução. Pois o lugar estava tão lindo e agradável de se viver que nem os presos queriam ir embora.

Os milagres de Tistu ultrapassaram os muros da prisão e foram para favela. Antes assolada em miséria, com a chegada do menino do dedo verde, as flores absorveram a lama, enfeitaram as casas e levaram admiração e alento para os moradores. Transformando o lugar que antes era visto como à margem da sociedade em um ponto de atração turística.

Seguindo com as suas aulas, Tistu se viu em um lugar onde existia muita dor e sofrimento, onde ficavam pessoas com doenças e problemas de saúde, o hospital. O garoto, penalizado por causa de uma menina que ficava contando os buraquinhos do teto para passar o tempo, resolveu dar a ela dias mais felizes. Tocou com o seu dedinho o leito em que ficava a garota, e feito mágica, botões de rosas brotaram; e agora, ao invés de buraquinhos no teto, ela contava os botões de rosa.

Após modificar a cidade e a vida das pessoas que lá residiam, Tistu decide conhecer a fábrica do Sr. Papai. A partir dessa visita a vida da família de Tistu e de muitas famílias vai mudar completamente. Inconformado e incomodado por descobrir o que a fábrica do seu pai construía e por saber os efeitos que uma guerra causava na vida das pessoas, o menino do dedo verde toma uma atitude que atingirá muitas vidas.

Secretamente, Tistu encosta o dedo nos canhões da fábrica do pai que estavam sendo enviados para uma guerra. O resultado disso foi que ao invés de bombas, os canhões lançaram flores. Como conseqüência, a guerra fracassa e é levada ao fim. Diante disto, a fábrica de Sr. Papai é arruinada e este se desespera.

Ao ver o sofrimento e agonia do pai, Tistu resolve contar toda a verdade e assume a culpa pela falência da fábrica. Revela o seu segredo e assume que quem fez as flores brotarem ao invés de bombas foi o seu dedo verde. Percebendo que o pai não deu muita importância a sua revelação, Tistu tenta provar o seu dom. O impacto no pai é tão grande que modificará até mesmo o funcionamento da fábrica.

Tistu um dia recebe uma triste notícia que o perturbou demais: o jardineiro Bigode fora fazer uma viagem e nunca mais iria retornar. Confuso com as informações e sem receber as devidas explicações, Tistu resolveu conversar com o seu pônei Ginástico para saber a verdade, o que realmente havia acontecido com o senhor Bigode. Ginástico então lhe revela algo muito triste e de difícil compreensão.

Mas Tistu é um garoto esperto e logo entende o que ocorrera de fato com o senhor Bigode. E toma uma atitude radical que vai gerar consequências profundas, deixando inclusive os leitores tristes e comovidos.

Um livro lindo, uma história leve, doce e cheia de pequenas lições. Apesar de ser infanto-juvenil, deveria ser leitura obrigatória para todos os adultos. Afinal quem mais precisa de doçura e candura nessa vida são os grandinhos, pois as crianças são doces e puras por natureza.

“O Menino do Dedo Verde” fez tanto sucesso ao redor do mundo e, principalmente, na França que acabou ganhando uma adaptação para desenho animado naquele país.




Melissa Rocha

Jornalista apaixonada por cachorros e literatura, principalmente o gênero infanto-juvenil. Torcedora (e sofredora) do Palmeiras e Bahia. Fã de Drew Barrymore, Dakota Fanning, Anthony Kiedis e Red Hot Chili Peppers, All Star e Havaianas.

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