Em 1957, o escritor francês Maurice Druon lançou o único livro infanto-juvenil que escreveu na vida, “Tristou Lês Puces Verts”. No Brasil, ele ganhou o título de “O Menino do Dedo Verde”.
O livro narra a história de Tistu, um menino filho único de uma família abastada que mora em uma grande casa, a Casa-que-brilha, com o Sr. Papai, Dona Mamãe e seu querido pônei Ginástico, em uma cidade chamada Mirapólvora. Tistu é o que podemos chamar de um menino muito sortudo, já que vem de uma família com posses e nunca sofreu qualquer tipo de necessidade na vida. Apesar disso, era uma decepção quando o assunto era estudar, inclusive conseguia dormir durante as aulas. Sr. Papai, decepcionado, toma uma decisão que vai mudar para sempre a sua vida, a dos seus entes queridos e de toda a cidade.
Decidido que Tistu aprenda as coisas da vida vendo-as de perto e vivenciando-as na pele, determina que a criança começaria a ter aulas com o jardineiro da casa, Bigode e com o gerente da sua fábrica de canhões, o Sr. Trovões.
A atenção que Tistu não dava às aulas tradicionais foram dedicadas com afinco com o senhor Bigode. Já na primeira aula, o jardineiro descobre que a criança tem um dom fantástico, especial e diferente. Tistu descobre que possui o dedo verde, o que significa que onde ele tocar com o seu dedo mágico, flores nascerão. A medida que o tempo vai passando e as aulas acontecendo, senhor Bigode se transforma em um grande amigo e conselheiro de Tistu, recomendando a ele em primeiro lugar que mantenha o seu dom em segredo, pois as pessoas adultas muitas vezes não entendem completamente a profundidade de um dom como aquele.
Com o jardineiro, Tistu aprendeu sobre o lado bonito e feliz da vida, a cuidar de um jardim e como fazer para que as flores mantenham-se sempre lindas e perfumadas, mas com o segundo professor, o Sr. Trovões, Tistu conhece o lado triste, sofrido e angustiante do mundo, como a miséria, a favela, a prisão e o hospital.
Diante dos ambientes e dos conhecimentos que estava recebendo, a criança decide alegrar um pouco a vida das pessoas que lá habitam, mas sem revelar o que estava fazendo. Tistu toca na parede do presídio e lindas flores brotaram cobrindo todo o lugar. Foram tantas as flores que as portas da prisão não fechavam, mas isso ao invés de se tornar um problema, foi a solução. Pois o lugar estava tão lindo e agradável de se viver que nem os presos queriam ir embora.
Os milagres de Tistu ultrapassaram os muros da prisão e foram para favela. Antes assolada em miséria, com a chegada do menino do dedo verde, as flores absorveram a lama, enfeitaram as casas e levaram admiração e alento para os moradores. Transformando o lugar que antes era visto como à margem da sociedade em um ponto de atração turística.
Seguindo com as suas aulas, Tistu se viu em um lugar onde existia muita dor e sofrimento, onde ficavam pessoas com doenças e problemas de saúde, o hospital. O garoto, penalizado por causa de uma menina que ficava contando os buraquinhos do teto para passar o tempo, resolveu dar a ela dias mais felizes. Tocou com o seu dedinho o leito em que ficava a garota, e feito mágica, botões de rosas brotaram; e agora, ao invés de buraquinhos no teto, ela contava os botões de rosa.
Após modificar a cidade e a vida das pessoas que lá residiam, Tistu decide conhecer a fábrica do Sr. Papai. A partir dessa visita a vida da família de Tistu e de muitas famílias vai mudar completamente. Inconformado e incomodado por descobrir o que a fábrica do seu pai construía e por saber os efeitos que uma guerra causava na vida das pessoas, o menino do dedo verde toma uma atitude que atingirá muitas vidas.
Secretamente, Tistu encosta o dedo nos canhões da fábrica do pai que estavam sendo enviados para uma guerra. O resultado disso foi que ao invés de bombas, os canhões lançaram flores. Como conseqüência, a guerra fracassa e é levada ao fim. Diante disto, a fábrica de Sr. Papai é arruinada e este se desespera.
Ao ver o sofrimento e agonia do pai, Tistu resolve contar toda a verdade e assume a culpa pela falência da fábrica. Revela o seu segredo e assume que quem fez as flores brotarem ao invés de bombas foi o seu dedo verde. Percebendo que o pai não deu muita importância a sua revelação, Tistu tenta provar o seu dom. O impacto no pai é tão grande que modificará até mesmo o funcionamento da fábrica.
Tistu um dia recebe uma triste notícia que o perturbou demais: o jardineiro Bigode fora fazer uma viagem e nunca mais iria retornar. Confuso com as informações e sem receber as devidas explicações, Tistu resolveu conversar com o seu pônei Ginástico para saber a verdade, o que realmente havia acontecido com o senhor Bigode. Ginástico então lhe revela algo muito triste e de difícil compreensão.
Mas Tistu é um garoto esperto e logo entende o que ocorrera de fato com o senhor Bigode. E toma uma atitude radical que vai gerar consequências profundas, deixando inclusive os leitores tristes e comovidos.
Um livro lindo, uma história leve, doce e cheia de pequenas lições. Apesar de ser infanto-juvenil, deveria ser leitura obrigatória para todos os adultos. Afinal quem mais precisa de doçura e candura nessa vida são os grandinhos, pois as crianças são doces e puras por natureza.
“O Menino do Dedo Verde” fez tanto sucesso ao redor do mundo e, principalmente, na França que acabou ganhando uma adaptação para desenho animado naquele país.
Eu li e tenho até hoje. Quero que meu filho leia quando estiver um pouco mais velho. Lindo, simples e encantador. Só não sei se o meu pequeno Marcelo irá gostar.
Olá Debora, torço para que seu filho goste. Pois você descreveu o livro muito bem em três palavras.
Obrigada pela visita