O livro “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, do escritor Roald Dahl, trata de uma fábrica de chocolate fechada e ninguém sabia o que acontecia lá dentro. A população da cidade onde a fábrica estava instalada só sabia que de lá saíam os doces e chocolates embrulhados e arrumadinhos, já prontos para serem vendidos. Mais nada além disso. Cinco crianças teriam a sorte e a chance de conhecer o que todos tinham muita curiosidade: como era o interior da fábrica e ver de perto como os doces suculentos e deliciosos eram feitos. No entanto, os sortudos teriam que participar de uma disputa que consistia em encontrar os cinco cupons dourados presentes nas barras de chocolate Wonka. Tudo isso foi planejado e organizado pelo dono da fábrica, Willy Wonka.
Charlie Bucket é um garotinho que mora com os pais e os quatro avós, Vovô José e Vovô Jorge e Vovó Josefina e Vovó Josefina em uma casa pequena e apertada para tantas pessoas. Sem contar que a casinha era de madeira, bem sim e desconfortável em meio a uma cidade enorme.
De toda a família, o único que trabalhava era o Sr. Bucket. Ele era funcionário de uma fábrica de pasta de dentes. A sua função era colocar as tampinhas nos tubos de pasta de dente e isso não dava muito dinheiro. Desta maneira, eles passavam bastante aperto. Tendo poucas opções para compras de alimentos, eles comiam muito pouco.
O que Charlie mais tinha vontade de comer na vida era chocolate, mas tinha que se contentar com repolhos e batatas. E ele só comia chocolate uma vez por ano, no dia do seu aniversário. A família toda economizava dinheiro para poder lhe dar o chocolate de presente.
Charlie morava pertinho da fábrica de chocolate do Sr. Wonka e isso era uma tortura para o garoto. A fábrica era maravilhosa e soltava nuvens de fumaça pelas chaminés, liberando um cheiro forte e delicioso de chocolate derretido que se espalhava por todos os lados. Charlie adorava aquele cheiro e o seu sonho era conhecer a fábrica por dentro, pois a fábrica pertencia ao mais esperto e inteligente fabricante de chocolate do mundo. O verdadeiro mago do chocolate que faz invenções realmente fantásticas e exportava para todo lugar do mundo.
Toda noite Charlie ia para o cômodo onde dormiam os seus quatro avós. Eles dividiam uma única cama e Charlie gostava de ficar meia hora com eles toda noite antes de dormir, pois adorava ouvir as histórias que eles tinham para contar.
Uma delas era sobre o príncipe indiano Pondicherry. O príncipe uma vez escrevera uma carta para o Sr. Willy Wonka pedindo para ele ir à Índia construir um palácio inteirinho de chocolate. E assim, o Sr. Wonka fez. Tudo era de chocolate: os tijolos, o cimento, as janelas, o teto, bem como os tapetes, os quadros, os móveis e até mesmo as camas.
Quando o palácio ficou pronto, o Sr. Wonka avisou ao príncipe que era melhor ele começar a comer rapidamente todo o castelo, pois ele não duraria muito, afinal a Índia é um pais muito quente. Mas o príncipe não deu ouvidos ao conselho de Willy Wonka e disse que era um absurdo ele sugerir que ele comesse o seu palácio, pois ele moraria lá. Mas, mais uma vez, o Sr. Wonka estava certo. Um dia de sol bem forte derreteu todo o palácio do príncipe e ele se viu nadando em um rio de chocolate.
Charlie ficou maravilhado com essa história. Mas outra coisa o deixou intrigado: ele nunca vira ninguém entrar ou sair da fábrica, pois os portões viviam trancados. Qual tipo de trabalhador existia na fábrica? Seriam humanos? Isso se passava na cabeça de Charlie e dos seus avós.
Na noite seguinte os avós de Charlie continuaram contando histórias sobre o Sr. Wonka. Charlie queria saber sobre os misteriosos trabalhadores. Quem começou a falar fora Vovô José. Ele disse a Charlie que há algum tempo atrás havia milhares de trabalhadores na fábrica do Sr. Wonka, mas do nada em um certo dia, o dono da fábrica dispensou todos os trabalhadores e justificou que estava fazendo isso por causa do espiões que tentavam roubar as receitas de Wonka. Após dispensar todos os funcionários, o Sr. Wonka fechou os portões da fábrica. Não se via mais fumaça saindo das chaminés e o Sr. Wonka sumiu por meses e meses.
No entanto, certo dia, bem cedo, nuvens de fumaça voltaram a aparecer saindo das chaminés. Todos na cidade ficaram se perguntando se teriam os seus empregos de volta, mas os portões da fábrica continuavam fechados. Mesmo que não se pudesse ver o Sr. Wonka, as pessoas sabiam que a fábrica estava funcionando. Eles viam sombras de trabalhadores (bem pequenos) na fábrica. Mas não se sabia quem eram as pessoas que trabalhavam lá, afinal ninguém entrava nem saía da fábrica. Após isso, os chocolates e doces ficaram cada vez mais fantásticos e deliciosos.
Enquanto Charlie conversava com os avós, o Sr. Bucket entrou no quarto com um jornal nas mãos gritando que havia uma manchete dizendo que finalmente a fábrica Wonka seria aberta para alguns felizardos.
Na matéria do jornal da cidade o Sr. Wonka dizia ter decidido permitir que cinco crianças visitassem a fábrica dele ainda naquele ano. Seriam recebidos por ele e conheceriam os segredos da sua fábrica. Explicar que cinco cupons dourados foram impressos em papel dourado e estariam escondidos por baixo do papel de cinco tabletes de chocolate. E esses cupons poderiam estar em qualquer país. Termina dizendo que os felizardos após a visita à fábrica recebiam um brinde: chocolates e doces que durariam por toda a vida.
Charlie ficou pensando e imaginando como seria maravilhoso poder encontrar esse cupom. Mas logo em seguida se sentiu desanimado, afinal ele só comia uma barra por ano enquanto outras crianças compravam diversos, ou seja, elas teriam muito mais chances.
No dia seguinte o primeiro felizardo fora premiado. O garoto de nove anos, Augusto Glupe, foi o primeiro a encontrar um dos cupons dourados, conforme fora anunciado em um jornal. O garoto era muito gordo e tinha cara de ser muito guloso. Os avós de Charlie tiveram uma péssima impressão do garoto e da sua mãe. Com a notícia de que o primeiro cupom fora encontrado, o mundo inteiro começou uma corrida louca para encontrar os demais cupons.
Pouco tempo depois os jornais anunciaram que o segundo cupom dourado fora encontrado. Desta vez por uma garota chamada Veroca Sal, uma garota proveniente de uma família riquíssima. O pai da menina comprara caixas e caixas de chocolates e mandara os seus funcionários da sua empresa de amendoim abrir cada chocolate para ver se o cupom dourado era encontrado. Tudo isso só comprovava como a garota era mimada e por causa disso os avós de Charlie também tiveram uma péssima impressão da garota.
No dia seguinte era o dia do aniversário de Charlie. O garoto estava muito ansioso para ganhar a sua barra de chocolate. Estava também esperançoso para encontrar o terceiro cupom dourado.
Quando recebeu o seu presente de aniversário, Charlie foi para o quarto dos seus avós para abrir com eles. Mas para a decepção do garoto, a barra de chocolate só continha o chocolate, nada do cupom dourado.
Além de não ter ganho o cupom como presente de aniversário junto com a sua barra de chocolate, Charlie ainda ficou sabendo que mais dois cupons foram encontrados naquele mesmo dia. Restava agora apenas um.
O terceiro cupom fora encontrado por Violeta Chataclete. Mal se entendia o que a garota dizia na entrevista porque ela mascava um chiclete o tempo todo e ferozmente. Ela não podia viver sem chiclete. Mais uma vez os avós de Charlie não gostaram do ganhador e já imaginavam que o quarto também deveria ser um entojo.
A quarta criança a encontrar o cupom dourado fora um garoto chamado Miguel Tevel, de nove anos de idade. Quando a equipe de jornalistas foi a casa deles para o entrevistar, o garoto se mostrou todo incomodado pois estava assistindo televisão e não queria ser incomodado nem interrompido. Os avós de Charlie nem agüentaram mais saber nada sobre o último ganhador. Acharam todas as crianças que ganharam insuportáveis e já ficavam imaginando como seria o último vencedor, outro chato, na certa.
Penalizado pela tristeza e decepção do neto, o Vovô José chamou Charlie no dia seguinte quando todos os outros avós estavam dormindo, tirou a sua única moedinha da carteira e deu para Charlie comprar uma barra de chocolate e tentar a sorte. Mas quando Charlie chegou em casa com a barra de chocolate e eles abriram, não encontraram nada além de chocolate.
Duas semanas se passaram e nada do último cupom aparecer. Só o que apareceu foi a neve que deixou todos os moradores da casinha de madeira com muito frio. A família Bucket nem pensava mais no cupom dourado. Eles só se preocupavam com o frio e a fome. Para piorar ainda mais as coisas, a fábrica em que o Sr. Bucket trabalhava faliu e ele ficou desempregado.
A situação era desesperadora. As refeições para a família começaram a diminuir e a comida foi ficando escassa. Aos poucos, os sete membros da família foram ficando desnutridos.
Charlie um dia estava voltando da escola para casa e viu uma moeda no chão, no meio da neve. Para Charlie, aquela moeda tinha um significado bem importante: comida. Então iria a loja mais próxima, comprar uma barra de chocolate para comer todinha e o troco daria para a sua mãe.
Charlie ao chegar a loja pediu ao vendedor uma barra de chocolate Wonka. Comeu todo o chocolate sem mal respirar direito. Quando terminou, olhou para as moedinhas e achou que não teria problema se gastasse apenas mais uma para comprar outra barra de chocolate. Quando Charlie abriu a nova barra, viu que havia algo brilhando na embalagem do chocolate. O vendedor começou a gritar que o garoto havia encontrado um cupom dourado. De repente várias pessoas começaram a rodear Charlie querendo ver o cupom e algumas pessoas tentaram se aproveitar do garoto, lhe oferecendo dinheiro (pouco) pelo cupom. Até que o vendedor afastou todo mundo e mandou que o garoto fosse correndo para casa com cuidado para não perder o cupom. E assim Charlie procedeu.
Quando o garoto chegou em casa estava eufórico. Chamou a mãe para ver o último cupom dourado que ele encontrara. Todos ficaram muito felizes pelo garoto. O Sr. Bucket ao chegar em casa vira a euforia e quis saber o que estava acontecendo. Ao pegar o cupom ele lera a mensagem que havia e diz que o Sr. Wonka receberia os felizardos no primeiro dia do mês de fevereiro, às 10 horas da manhã e pede que o ganhador leve um ou dois adultos para tomar conta dele. A pessoa que iria com Charlie seria o Vovô José. Inesperadamente ouviram batidas na porta da casa. Quando o Sr. Bucket abriu, deu de frente com um monte de repórteres querendo entrevistar o último ganhador e desejando contar a história do garoto.
No primeiro dia de fevereiro, os portões da fábrica estavam apinhados de gente gritando e inquieta querendo ver os cinco ganhadores. Charlie percebeu que as outras quatro crianças estavam acompanhadas pelos pais, mas ele estava feliz por estar na companhia do Vovô José.
Quando deu 10 horas, os portões se abriram e Willy Wonka apareceu sozinho com uma cartola preta na cabeça e um fraque de veludo cor de ameixa, com calças verde-garrafa e luvas cinza-pérola. Em uma das mãos segurava uma bengala com cartão de ouro. Willy Wonka tinha olhos muito brilhantes e parecia ser cheio de vida. Ele recebeu cada uma das crianças, os cumprimentou e os levou para dentro da fábrica. A medida que o grupo ia visitando a fábrica, o Sr. Wonka ia explicando como funcionava as instalações. Em um determinado momento, eles chegaram a Sala dos Chocolates. O Sr. Wonka explicou que ali era uma sala muito importante, pois era o coração da fábrica. Quando os visitantes entraram, ficaram maravilhados com o que viram: um vale lindo com um rio marrom. No meio do rio havia uma cachoeira fantástica. Embaixo da cachoeira havia enormes canos de vidro, sugando a água marrom do rio que na verdade era um rio de chocolate. A cachoeira misturava o chocolate. A única fábrica no mundo a fazer isso.
Os visitantes estavam perplexos com tudo o que viam. Para completar, o Sr. Wonka apontou para as plantas, árvores e arbustos que eram comestíveis. Todos começaram a comer a grama e as copas-de-leite. Veroca Sal deu um grito apontando para o outro lado do rio. A garota gritava perguntando o que eram aquelas coisas pequeninas que estavam andando. Todos começaram a se perguntar quem seriam esses homenzinhos que pareciam bonecos. Sr. Wonka então diz que eles não eram pessoas de verdade e sim umpalumpas, importados de Lumpalópolis, um lugar muito perigoso. Ele conta que um dia visitara o local e percebera a vida miserável que os umpalumpas viviam. Ficou sabendo que os umpalumpas eram loucos por cacau e ele utilizava bilhões de sementes de cacau todas as semanas na fábrica dele. Assim, todos eles poderiam comer sementes de cacau a vontade. Imediatamente o chefe dos umpalumpas aceitou a proposta e se mostraram trabalhadores maravilhosos.
Enquanto isso, o garoto Augusto se afastara do grupo e fora até o rio e estava tomando o chocolate quente do rio, para o desespero do Sr. Wonka que pede que ele pare pois o chocolate da fábrica não deveria ser tocado por mãos humanas, para não sujar.
Augusto acabou se desequilibrando e caiu dentro do rio de chocolate e estava sendo sugado para perto da boca de um dos imensos canos suspensos sobre o rio. Quando fora sugado para dentro de um dos canos, todos os demais visitantes ficaram ansiosos para saber para onde Augusto iria. No entanto, o garoto começou a parar e ficara entalado por causa da sua barriga que estava bloqueando o cano.
A Sra. Glupe, mãe de Augusto, percebeu que o menino havia desentalado e sumira cano acima. Começara a gritar querendo saber para onde fora o seu filho. Willy Wonka diz para ela se acalmar que ele fora apenas fazer uma viagenzinha e ria muito. Os pais de Augusto ficaram revoltados pensando que o seu filho viraria cobertura de bolo e exigem ver o filho naquele exato momento. Sr. Wonka então estala o dedo três vezes e apareceu um umpalumpa ao lado dele na mesma hora. Wonka solicitou que o umpalumpa levasse os pais de Augusto até a sala de cobertura de chocolate para que pudessem encontrar o garoto.
Os umpalumpas do outro lado do rio de chocolate começaram a cantar uma música sobre Augusto Glupe. Na música eles diziam que o garoto só sabia comer, chamam ele de chato e dizem que se pudessem transformariam o garoto em brinquedo. Pela música, fica parecendo que os umpalumpas enviaram o garoto de propósito para a sala de cobertura para ver se eles se tornava um garoto melhor, menos azedo.
O passeio pela fábrica continuou. Desta vez, os visitantes e o Sr. Wonka desceram o rio por um barco todo feito de um doce rosa remado pelos umpalumpas. Charlie estava maravilhado com o que via. O barco entrou em um cano e os umpalumpas remavam como loucos. Os pais dos visitantes estavam com muito medo e só quem parecia estar se divertindo muito era o Sr. Wonka.
Eles passaram por várias salas, mas não tinham tempo para parar em todas elas. Então quando o barco passou pela porta vermelha brilhante p Sr. Wonka ordenou que os umpalumpas parassem o barco. Era a porta da Sala das Invenções. Sr. Wonka disse que aquela era a sala mais importante de toda a fábrica, pois ali era onde as invenções dele mais secretas eram testadas. Pede que ninguém toque em nada, não quebre nada, não experimente nada e não faça bagunça.
Quando eles entraram na sala, o Sr. Wonka ficou muito feliz, nitidamente dava para perceber que ali era a sua sala favorita. Ele olhava tudo, mexia em tudo, provava o conteúdo das panelas e vasilhas. Charlie notou que algo verde duro como mármore caía no chão. Mas eram quebra-queixos perpétuos, explicou o Sr. Wonka. Os quebra-queixos perpétuos eram para crianças que ganhavam mesadas muito pequenininhas e por mais que se chupasse nunca diminuíam de tamanho.
Em seguida o Sr. Wonka levou o grupo até uma máquina enorme que ficava bem no meio da sala de invenções, era uma imensa máquina de fazer chiclete. Violeta Chataclete deu um gritinho de alegria. E o Sr. Wonka disse que aqueles chicletes eram surpreendentes, fabulosos e sensacionais, os melhores do mundo: eram os chicletes-refeição. Um pedacinho do chiclete vale como um jantar.
Dr. Wonka diz que quando ele começar a vender esses chicletes nas lojas, será o fim de todas as cozinhas e cozinheiras, não será mais preciso fazer compras, sem ter facas, nem garfos, nem pratos, nem sujeira e nem lixo. Diz que o pedacinho que acabara de sair da máquina era sopa de tomate, rosbife e torta de morango, no entanto, cada um poderia escolher o seu cardápio.
Violeta Chataclete queria provar. Se tratando de chiclete, o assunto era com ela mesma. Mas o Sr. Wonka lhe diz que é melhor não mexer naqueles chicletes ainda, afinal ele não sabia se estava perfeito, ainda havia algumas coisinhas para acertar. Mas a menina não deu ouvidos, pegou o pedacinho de chiclete, começou a mascar furiosamente, surpresa com o sabor das refeições, enquanto o Sr. Wonka mandava que ela parasse, pois ele não estava testado ainda.
A garota foi começando a ficar roxa, com cor de amora. Começou pelo nariz, depois bochechas, depois o queixo, e em seguida o rosto inteiro ficou roxo. A garota estava toda roxa, até o seu cabelo. O Sr. Wonka diz que havia avisado que o chiclete ainda não estava pronto. Mas isso não foi tudo, a menina começou a inchar, como uma amora. A garota se transformara em uma amora gigante.
O Sr. Wonka estalou os dedos e dez umpalumpas apareceram na sala. O Sr. Wonka manda que os umpalumpas levassem a garota para a Sala dos Sucos para que pudesse espreme-la para tirar o suco dela. O Sr. e a Sra. Chataclete saíram correndo atrás da filha. Os umpalumpas começaram a cantar uma música sobre Violeta, diziam que ela era irritante, que só sabia mascar chiclete. Mais uma vez eles deram a entender que o que acontecera com Violeta foi para lhe dar uma lição, bem como o que ocorrera com o garoto Augusto.
Então eles saíram da sala de invenções para conhecer mais setores da fábrica. Passaram por várias portas, mas não pararam em nenhuma. Mas ao passarem pela porta que estava escrita: Doces Quadrados e Curiosos. O Sr. Wonka quis parar e entrar. Pelo vidro da porta, os visitantes viram que havia uma mesa cheia de doces quadradinhos, branquinhos que pareciam normais, e os umpalumpas iam pintando carinhas rosadas nos doces. Quando o Sr. Wonka abriu a sala, todos os doces olharam para os visitantes, de forma curiosa.
Em seguida eles continuaram andando pela fábrica. Pararam em frente a porta que dava acesso à sala das nozes. Mas apenas para darem uma olhada pelo vidro, pois não deveriam entrar na sala, para não atrapalhar os esquilos. Centenas de esquilos sentaram em banquinhos altos e descascavam nozes a toda velocidade.
Veroca Sal tudo queria. A menina mimada queria porque queria um esquilo. Mas não um esquilo qualquer, só servia se fosse um esquilo treinado. O Sr. Sal então vai para perto do Sr. Wonka com a carteira na mão e pergunta quanto ele quer por um desses esquilos. O Sr. Wonka lhe diz que não estão à venda. A menina se aborreceu e disse que iria pegar um. Quando o Sr. Wonka lhe disse para não entrar na sala, já era tarde. A garota já havia aberto a porta e entrara correndo.
Assim que ela entrou, todos os esquilos pararam de fazer o que estavam fazendo. Olharam para ela e assim que a garota agarrou um dos esquilos, todos os demais correram rapidamente para cima dela e começaram a agarrar a garota e o esquilo que estava na mão dela caminhou até a cabeça da garota e começou a bater uma noz na cabeça dela.
A Sra. Sal começou a gritar pedindo que alguém salvasse a sua filha e o Sr. Wonka fiz que os esquilos estavam testando ela para ver se não era nenhuma noz estragada. Os esquilos continuaram atacando a garota. Até que a colocaram no chão e começaram a carregá-la pelo assoalho. O que significava que a garota era uma noz estragada e, assim como eles faziam com todas as nozes estragadas, estavam levando a garota de cabeça oca para o cano de lixo.
A Sra. Sal entrou correndo na sala, se debruçou sobre o cano que levava ao lixo, chamou pela filha e os esquilos a empurraram lá para dentro. Quando foi ver o que acontecera com a esposa, o Sr. Sal acabou caindo também dentro do cano.
Mais uma vez eles ouviram os umpalumpas cantando uma canção. Eles diziam que Veorca Sal era mimada, fora estragada e não se contentara com o que tinha, sempre querendo mais e mais.
Sr. Wonka olhou para o grupo ao seu redor e percebeu que só sobraram duas crianças: Miguel Tevel e Charlie Bucket e três adultos: Sr. e Sra. Tevel e Vovô José. Sr. Wonka chama o pequeno grupo para continuarem andando para conhecer a fábrica. Mas Miguel Tevel diz que já estava cansando e queria assistir televisão.
O Sr. Wonka diz que se ele está cansando, é melhor eles pegarem o elevador que estava logo ali. Quando eles entraram no elevador, Charlie percebeu que era o elevador mais louco que ele já vira na vida. Tinha botões para todos os lados. O Sr. Wonka disse que aquele não era um elevador comum que subia e descia. Ele andava para o lado, para frente, em diagonal e de qualquer outro jeito. Levaria eles para qualquer lugar da fábrica.
Miguel Tevel queria que houvesse uma sala com televisão e o Sr. Wonka disse que havia: Chocolate – Televisão. Então o garoto apertou o botão que levava a essa sala. Quando chegara, o Sr. Wonka avisou a todos que deveriam tomar cuidado ali, pois havia substâncias perigosas e não deveria mexer com elas.
Os visitantes e o Sr. Wonka entraram na sala. Perceberam que era muito branca e brilhante. Eles precisaram fechar os olhos o tempo todo. O Sr. Wonka deu para cada pessoa um par de óculos escuros e disse que eles não deveriam tirar os óculos, independente do que acontecesse, pois a luz poderia cegá-los. Com os óculos eles puderam enxergar direito. Charlie viu que em uma extremidade da sala havia um umpalumpa sentado na frente de uma mesa observando a tela de uma televisão enorme.
Ali era a sala de teste da última invenção do Sr. Wonka: o chocolate – televisão. O Sr. Wonka conseguia desintegrar uma enorme barra de chocolate, enviava-a como eletricidade e uma pequena barra de chocolate aparecia na tela da TV. O mais impressionante era que se você estendesse a mão poderia pegar a barra e comer, de verdade. Todos ficaram muito impressionados. E o mais entusiasmado fora Miguel Tevel.
O garoto queria saber se era possível se transmitir outras coisas pela TV. Sr. Wonka disse que sim. Então Miguel Tevel quis saber se poderia transmitir gente. Willy Wonka disse que achava que sim mas era perigoso. Mal o Sr. Wonka terminara de falar, o garoto já fora em direção a câmara, pois queria ser o primeiro garoto a ser transmitido pela TV.
Então o garoto sumiu. Depois aparecera na televisão. O Sr. Wonka mandou que os pais do garoto pegassem ele. O menino tinha o tamanho de um dedo. O pai dele disse que nunca mais deixaria ele assistir TV, o que fez com que o garoto desse um chilique.
Sr. Wonka disse que poderia tentar esticar o garoto na máquina que estica chiclete e estala o dedo para que surgisse ao seu lado um umpalumpa que levou o garoto e os seus pais com um papel com instruções de como utilizar Miguel.
Rapidamente um grupo de umpalumpa começou a bater seus pequenos tambores e começaram a cantar uma canção que dizia que essa aventura maluca poderia ser uma arapuca que dos cinco do início da história, só um teria a vitória.
Quando entraram no elevador, o Sr. Wonka surpreso, diz que só sobrara Charlie, sendo ele, portanto, o ganhador. Parabenizou o garoto e disse que desde o começo tinha a sensação de que ele seria o vencedor.
O Sr. Wonka apertou um botão que os levou para cima. O elevador atravessou o teto da fábrica e estava subindo para o céu como um foguete. O elevador parou e era como se estivesse flutuando sob a fábrica. Lá de cima eles puderam ver as outras crianças voltando para casa.
Então ele apertou um botão e o elevador desceu. Eles viram caminhões enormes, cobertos, estacionados em fila. Eram os caminhões com suprimentos de doces para os que acharam os cupons dourados. Havia um caminhão para cada um, cheio até o teto de doces.
Sr. Wonka queria dizer algo para Charlie. Então apertou um botão e o elevador voltou a subir para o céu. Lá em cima o Sr. Wonka disse que gostava muito da fábrica dele e perguntou se Charlie também gostara. Então deu a Charlie a sua ábrica para o garoto administrar. Contou que não tinha herdeiros, era mais velho que eles imaginaram e precisaria deixar nas mãos de uma criança boa, doce e carinhosa. Escolhendo para isso Carlie. Diz que todos poderiam morar na fábrica e ajudar Charlie até ele ter idade para administrar a fábrica sozinho.
O Sr. Wonka entrou na casa de Charlie com elevador e tudo pelo teto. Um monte de madeira, poeira, barata e aranha caíram de cima dos outros três avós de Charlie. Todos ficaram morrendo de medo. O Sr. e a Sra. Bucket ficaram desolados ao verem a casa destruída. Mas Charlie e Vovô José explicam que todos iriam morar agora na fábrica.
Os outros avós de Charlie se recusaram a ir, mas o Sr. Wonka coloca a cama dentro do elevador e leva todos para a fábrica. Eles querem saber se lá teriam algo para comer e Charlie diz que nem imaginavam o quanto.
A função moralizante da literatura para crianças predominou na maioria dos livros do século XVIII e Roald Dahl apesar de um escritor moderno, permaneceu com essa premissa de literatura para crianças com função de divertir e também de moralizar e educar.
A partir do momento que as demais crianças não se comportavam ou precisavam ser educadas, elas receberam punições dentro da Fantástica Fábrica de Chocolates. Bem como a criança mais bem comportada e educada foi a que fora recompensada e com uma grande recompensa. A lição de Roald Dahl para os pequenos leitores é que sejam bons e terão recompensas. Função educativa e moralizante.
Eu não gosto muito de literatura moralizante, mas não há como negar que “A Fantástica Fábrica de Chocolate” é incrível, criativa e como mexe com o imaginário do leitor. Sem contar que a adaptação que ganhou para o cinema, sob a direção de Tim Burton, é maravilhosa. Colorida, divertida e ainda conta com a ótima (como sempre) atuação do ator Johnny Depp como Willy Wonka.